Escleroterapia - o que é?
- Dr. Lucas Barbosa
- Jun 12, 2017
- 3 min read

Skerosis (do grego, endurecimento) e therapèa (também de origem grega, traduzida como tratamento) são a origem etimológica do termo que hoje utilizamos - escleroterapia. O tratamento por meio desta técnica tem como objetivo o enrijecimento proposital dos tecidos, formando aquilo chamamos de fibrose terapêutica após o processo de cicatrização. Apesar de ser uma técnica utilizada mais comumente para fins estéticos, sua abrangência é maior do que isso. Outras aplicações são na melhora funcional da circulação nos membros inferiores, auxílio no manejo de feridas crônicas e tratamento de má-formações vasculares.

Métodos de Tratamento
Ao longo da história da medicina várias formas de energia e tratamento foram tentadas na busca pela técnica ideal. Uma gama variável de combinações entre elas pode ser utilizada para melhores resultados. Listo aqui alguns exemplos:
Meios Químicos: Substâncias hiperosmolares ou detergentes.
Meios Térmicos: Fogo, ferro quente, gelo, líquidos gelados, LASER (light amplification by stimulated emission of radiation).
Meios Radioativos: Raio X, Cobalto.
Meios Elétricos: Eletrocoagulação, eletrofulguração.
Meios Mecânicos: Escarificação
Técnicas modernas
As primeiras tentativas de escleroterapia por meios injetáveis são atribuídas ao suíço Zolikofer, no ano de 1682, utilizando-se de um ácido. Após mais de 300 anos de testes, aprimoramentos e muita ciência envolvida, temos hoje algumas técnicas e substâncias comprovadamente eficazes e seguras.
Sem dúvida os meios químicos injetáveis são os mais utilizados no mundo por sua franca disponibilidade, facilidade de manipulação e custo acessível. Utilizamos substâncias no estado líquido, de onde vem o nome escleroterapia líquida. Este método consiste basicamente na introdução de uma agulha no interior do vaso a ser tratado e injeção de uma medicação. A ação se dá utilizando o poder osmótico, desidratando as células que compõem a parede do vaso, ou de forma detergente, dissolvendo a parede destas mesmas células.

Visando aumentar a efetividade, podemos reduzir a temperatura da medicação (até -30 graus Celsius!), aumentando a viscosidade e gerando algumas vantagens - método mais conhecido como crioescleroterapia. Nesta foto pode-se observar um modelo de aparelho que resfria as seringas até a temperatura desejada (Freddo CE).
Nos vasos de maior calibre e quando se deseja manter o líquido por mais tempo em contato com o endotélio (camada interna das veias e artérias), temos a opção de formar uma espécie de mousse, que chamamos de escleroterapia pela técnica da espuma densa.

As microbolhas são pré-formadas pelo médico utilizando uma substância esclerosante (técnica de Tessari), que passa a ocupar, por alguns segundos, todo o espaço interno dos vasos a serem tratados. Este contato não ocorreria tão eficientemente caso a mesma medicação estivesse na forma líquida simples. Nesse caso, ela acabaria por se dissolver no sangue, atingindo baixas concentrações e tendo um contato efêmero com o endotélio. É um dos métodos que tem aplicabilidade no tratamento da insuficiência venosa.
Há disponível um método que combina a injeção de medicação com a condução elétrica da agulha, utilizando a eletrocauterização diretamente nos vasos já puncionados.
Uma outra forma é aumentar seletivamente a temperatura sanguínea via LASER - através de um facho de luz especialmente regulado. Podemos assim fulgurar o vaso-alvo, alcançando o efeito escleroterápico.

É perfeitamente possível mesclar estas técnicas para individualização e consequente otimização dos resultados.
Para aumentar as chances de sucesso e reduzir as taxas de complicações, é prudente esclarecer com seu médico os seguintes pontos: histórico de alergias, cirurgias prévias, doenças de base, desordens venosas específicas, distúrbios da circulação e acesso às tecnologias.
Para saber mais sobre varizes e distúrbios da circulação, clique aqui.
Ficou alguma dúvida? Deixe seu comentário logo abaixo! Lembre-se que o nosso foco aqui é esclarecer e informar. Para uma avaliação médica completa, procure seu Cirurgião Vascular.
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