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Trombose

  • Dr. Lucas Barbosa
  • May 19, 2017
  • 4 min read

https://thedivelab.wordpress.com/2014/03/07/deep-vein-thrombosis-dvt/

Afinal, o que é a temida trombose? Cercada por mitos, medo e incertezas, esta condição médica é tão famosa quanto mal compreendida pela população. Vamos pontuar, aqui, o que há de essencial para um nítido esclarecimento sobre o assunto.

O sangue está em constante movimento nos vasos. As artérias, com fluxo proveniente diretamente do coração, recebem o impulso contrátil cardíaco de forma mais direta, logo o sangue no seu interior atinge altas velocidades. Podemos perceber facilmente esta força ao sentir o “pulso” (da artéria radial) nos nossos punhos. As veias têm o papel de recolher o sangue que já nutriu os tecidos, tendo um fluxo mais lento e contínuo.

Este fluxo pode ser dificultado pela coagulação do sangue no interior destes vasos. Os motivos para que isso aconteça são diversos, contudo, de forma geral, forma-se um trombo (uma espécie de rolha), interrompendo total ou parcialmente a passagem do sangue. A este processo e o conjunto de sintomas produzidos nos referimos como trombose.


Trombose Arterial vs Trombose Venosa Profunda


Quando ocorre no território arterial, desenvolve-se uma dificuldade dos nutrientes e oxigênio chegarem aos tecidos correspondentes. Gera-se então uma síndrome de rápida evolução que inclui palidez, dor intensa e progressiva levando a consequências graves como gangrena se não for resolvida apropriadamente. Esta é a Trombose Arterial.

Entretanto, a forma mais comum, temida e que realmente vem à cabeça das pessoas é a Trombose Venosa Profunda (usamos no dia-a-dia a sigla TVP). O termo "profunda" não se refere à "intensidade" da trombose, e sim à sua localização, nas veias do sistema profundo.


Pesquisadores já levantaram muitos possíveis fatores de risco e entre eles estão:


- História familiar de Trombose em parentes de primeiro grau

- Idade avançada

- Tratamento para câncer (quimioterapia, radioterapia e terapia hormonal)

- História pessoal prévia de trombose

- Uso de estrogênio em terapia anticoncepcional ou terapia de reposição hormonal

- Obesidade

- Tabagismo

- Presença de varizes

- Presença de cateter venoso ou marca-passo

- Imobilização (por exemplo, ortopédica)

- Viagens prolongadas com pouca mobilidade

- Trauma de extremidades (pernas, braços)


(fonte: Geerts WH, et al: Prevention of venous thromboembolism: the Seventh ACCP Conference on Antithrombotic and Thrombolytic Therapy. Chest 126:338S–400S, 2004)


Neste cenário, apesar de inicialmente os tecidos estarem recebendo o fluxo arterial, sua drenagem venosa está comprometida. Teremos um quadro marcado por edema (inchaço, “inchume”), calor, congestão, alteração da cor da pele, desconforto, dor e dificuldade de mobilização dos membros afetados.


Adaptado de : http://www.singaporemedicalclinic.com/deep-vein-thrombosis

A interpretação dos sinais e sintomas é realizada pelo médico observando o contexto de cada paciente em especial. Seus hábitos, condições de saúde no momento, exposição recente a situações específicas e uma série de detalhes colhidos em uma consulta médica são fundamentais para chegar ao diagnóstico e traçar um plano de tratamento.


Diagnóstico e Tratamento da TVP


Um exame que possui alta chance de localizar e confirmar a presença da trombose é a Ecografia Venosa com Doppler colorido. Você pode ver mais sobre este exame neste artigo (Ultrassonografia e Doppler Colorido), onde expusemos todos os detalhes de como ele é realizado.


Uma vez realizado o diagnóstico de trombose venosa, qual seriam os riscos à vida do paciente? O principal receio é que fragmentos deste trombo, de consistência semelhante a uma gelatina, migrem através do sistema circulatório até áreas nobres, como a vasculatura pulmonar. Este processo é chamado de embolia pulmonar - quando sua causa é um trombo, resumidamente nos referimos como tromboembolismo pulmonar. Desta forma a troca de gases e, em última análise, a oxigenação do sangue fica comprometida e todo o organismo sofre consequências potencialmente graves. A seguir, um vídeo ilustrativo.

O paciente dispõe de um amplo arsenal terapêutico nesse tipo de situação. Terapia de anticoagulação é uma opção, que tem o objetivo de impedir a extensão do trombo original e seus possíveis fragmentos. Pode-se optar por remoção cirúrgica direta ou endovascular (por cateterismo) do trombo, dissolução química do mesmo e até inserção de dispositivos que impedem os possíveis êmbolos alcançarem o território pulmonar. Estes artigos médicos são os filtros, que, exatamente como uma peneira, têm a capacidade de reter fragmentos dos trombos.


Adaptado de http://www.sobrice.org.br/paciente/procedimentos/filtro-de-veia-cava-inferior-colocacao-e-recuperacao

Para cada situação a equipe médica traçará um plano. Após a fase aguda do diagnóstico e medidas tidas como urgentes, passamos para a fase de acompanhamento. Os objetivos são o controle do trombo original, a prevenção das sequelas, medidas que evitem a formação de novos trombos e reestabelecimento fluxo sanguíneo naquela veia acometida. Existem condições médicas que elevam muito a chance de novos episódios e devem ser pesquisadas no acompanhamento. Em geral o paciente é submetido a anticoagulação sistêmica com medicações que podem ser administradas por via oral ou parenteral (injeções), por períodos prolongados. Em média estendemos por 6 meses, entretanto na dependência dos fatores de riscos e dos resultados do exame de Doppler Colorido, este tempo pode ser mais prolongado - até mesmo para toda a vida.


Ficou com alguma dúvida? Não hesite em deixar no espaço para comentários ou enviar um e-mail através do campo de Contato na base da página.


Dr. Lucas Barbosa é Cirurgião Vascular e atende na região da Grande Porto Alegre. Clique aqui para marcação de consultas.











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